Relação do uso do ácido fólico durante a gravidez e o transtorno do espectro autista

Relationship between folic acid use during pregnancy and autismo spectrum disorder

Autores/as

  • Jaqueline Wuo FMU https://orcid.org/0000-0002-9807-0925
  • Raphael Wuo da Silva Graduando do Curso de Farmácia do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU, Brasil
  • Sheila Rodrigues Farmacêutica, Coordenadora do Curso de Farmácia do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU, Brasil

Resumen

O transtorno do espectro autista (TEA) é uma condição neurológica heterogênea, caracterizada por déficits na comunicação social e comportamentos repetitivos, com etiologia multifatorial envolvendo interações genéticas, epigenéticas e ambientais. Este artigo revisa a relação entre a suplementação de ácido fólico durante a gestação e o risco de TEA, analisando evidências de estudos publicados entre 2008 e 2023 nas bases PubMed e SciELO. O folato, essencial para o neurodesenvolvimento e prevenção de defeitos do tubo neural, apresenta papel ambivalente: sua deficiência no primeiro trimestre está associada a alterações na neurogênese, enquanto o excesso, principalmente em fases gestacionais tardias, pode desregular mecanismos epigenéticos, como a metilação de genes críticos (ex.: RELN, OXTR), influenciando comportamentos análogos ao TEA em modelos animais. Polimorfismo genéticos, como MTHFR (presente em 40% das crianças com TEA), modulam essa relação, com níveis elevados de folato materno correlacionados a maior risco de TEA em portadores dessa variante. Estudos populacionais revelam contradições: enquanto a suplementação pré-concepcional reduziu a incidência de TEA em 50% na Noruega, nos EUA, a prevalência de TEA aumentou paralelamente à fortificação alimentar com ácido fólico, embora fatores como ampliação diagnóstica expliquem parcialmente esse crescimento. Conclui-se que a suplementação de ácido fólico segue um modelo de resposta em U, onde deficiência e excesso podem comprometer a homeostase epigenética. Recomenda-se personalização da suplementação (400-600 µg/dia), monitoramento de biomarcadores (homocisteína, folato sérico) e uso de formas ativas (metilfolato) em grupos de risco, visando equilibrar benefícios e potenciais efeitos adversos no neurodesenvolvimento.

Biografía del autor/a

  • Jaqueline Wuo, FMU

    Doutoranda em Farmacologia pelo Universidade Federal de São Paulo. Mestre em Farmacologia pelo programa de Farmacologia da UNIFESP/ EPM. Possui graduação em Química pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC/2009) e Farmácia pela Universidade Braz Cubas (UBC/2016). Atualmente está como Docente do curso de Graduação em Farmácia no Centro Universitário FMU. No curso de Farmácia ministra disciplinas de Tecnologia farmacêutica, Farmácia Magistral, Práticas em Biomedicina, Fundamentação Química e Supervisão de Estágio em Medicamentos. Tem experiência como Docente em cursos de graduação e curso técnico em farmácia, em controle de qualidade de insumos químicos e farmacêuticos, em assistência e atenção farmacêutica prestada em balcão de drogaria/farmácia e experiência com pesquisa científica na área de Farmacologia, com ênfase em Neuropsicofarmacologia comportamental, neurobiologia de transtornos psiquiátricos, atuando nos seguintes temas: Farmacologia da memória, Aprendizado dependente em drogas de abuso, relação da memória espacial, consumo de etanol, Empatia e comportamento pro-social. Atualmente com cadastro ativo no conselho de classe farmacêutica.

  • Raphael Wuo da Silva, Graduando do Curso de Farmácia do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU, Brasil

    Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Braz Cubas (2005), mestrado em Programa de Pós-graduação em Farmacologia pela Universidade Federal de São Paulo (2010) e doutorado em Farmacologia pela Universidade Federal de São Paulo (2015). Atualmente é coordenador de pesquisa do Centro de Neurocirurgia Prof. Dr. Feres Chaddad Neto Ltda e docente ensino superior do Centro Educacional Sete de Setembro. Tem experiência na área de Farmacologia, com ênfase em Farmacologia

  • Sheila Rodrigues, Farmacêutica, Coordenadora do Curso de Farmácia do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU, Brasil

    Possui graduação em Farmácia pela Universidade São Judas Tadeu (2002). Pós graduada em Cosmetologia pelas Faculdades Oswaldo Cruz (2006). Mestre em Saúde Ambiental pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas. MBA em Gestão Educacional pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (2021). Pós graduanda em Farmácia Estética pelo Instituto de Pesquisa em Saúde de São Paulo (IPESSP). Foi Coordenadora dos estágios supervisionados do Curso de Farmácia do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas de 2005 a 2017. Atualmente é Coordenadora do Curso de Farmácia das Faculdades Metropolitanas Unidas. Seus estudos e pesquisas estão relacionados aos temas de descarte de medicamentos, cosmetologa e controle de qualidade.

Publicado

2025-12-12

Número

Sección

Artigo Teórico