v. 11 n. 1 (2023): Temas contemporâneos em Psicologia

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Nesta edição exclusiva de Temas contemporâneos em Psicologia apresentamos trabalhos de autores que se debruçaram sobre suas pesquisas – muitas vezes indo além desta área do Saber –, para  estabelecer relações que embasem e/ou expliquem os fenômenos por eles observados. Como disse C. G. Jung em sua obra Símbolos da Transformação, “como em toda ciência, também na psicologia o trabalho de pesquisa exige conhecimentos bastante extensos. Um pouco de patologia e teoria das neuroses é totalmente insuficiente, pois esta área do conhecimento médico sabe apenas de uma doença, mas desconhece totalmente a alma que está doente”.

Buscando contribuir para a produção e divulgação do conhecimento em Psicologia,

  • Silva e Santos relatam e exploram o resultado de uma pesquisa sobre os efeitos psicossociais do racismo estruturado na vida de mulheres negras na cidade de São Paulo;
  • Bolgenhagen e Leonardi discorrem sobre a importância dos rituais na elaboração do luto, as consequências de sua ausência e como a psicanálise pode ser aplicada no manejo clínico de indivíduos enlutados;
  • Martins e Santos apresentam a relação existente entre o racismo e a depressão e os fatores de risco que contribuem para sua predominância em mulheres e negros;
  • Santos e Leonardi referem-se à Psicanálise Clássica para explorar os temas de amor e sexualidade para além do prazer genital;
  • Mercúrio e Graciani descrevem a importância do desenvolvimento humano no processo de ensino e aprendizagem da língua inglesa no Brasil;
  • Santos e Leonardi investigam como a Clínica Analítica contemporânea pode contribuir com o tratamento de indivíduos com diagnóstico de esquizofrenia;
  • Paião, Coelho e Amaro esclarecem a origem e os desdobramentos da angústia na perspectiva psicanalítica freudiana;
  • Barbosa e Rivas analisam a não elaboração traumática e sofrimentos ocultos em um pedófilo, usando como base a obra Lolita, de Vladimir Nabokov.

Os dois últimos artigos são republicações da edição v. 9, n. 1 (2021), resgatados para esta edição por sua qualidade e relevância para nossa discussão.

 

Aos autores, dedico esta citação de Guillaume Ferrero, em Les lois psychologiques du symbolisme:

Portanto, como é a teoria que dá o valor e o significado que os fatos têm, ela frequentemente é muito útil, ainda que parcialmente falsa; pois ela projeta luz sobre fenômenos a que ninguém dava atenção, obriga a examinar sob vários aspectos fatos que ninguém estudara antes, e estimula pesquisas mais extensas e bem-sucedidas... é, portanto, dever moral do homem de ciência arriscar-se a cometer erros e sofrer críticas, para que a ciência avance sempre... Um escritor... atacou intensamente o autor, dizendo que este era um ideal científico bastante restrito e bastante mesquinho... Mas aqueles que possuem um espírito suficientemente sério e frio para não acreditarem que tudo o que escrevem é a expressão da verdade absoluta e eterna, aprovarão esta teoria, que coloca as razões da ciência bem acima da miserável vaidade e do mesquinho amor-próprio do sábio.

 

Que esta edição cumpra seu papel também como incentivo à produção de cada vez mais conhecimento científico em todas as áreas da Saúde.

 

Uma boa leitura a todos!

Patrícia Salvaia

Equipe Editorial

Publicado: 2023-03-27