ESTRATÉGIAS LÚDICAS DE ENSINO POR INVESTIGAÇÃO COMO FERRAMENTA PARA ABORDAGEM DE GÊNERO, SEXUALIDADE E ORIENTAÇÃO SEXUAL NO ENSINO SUPERIOR EM SAÚDE

Autores

  • Raphael Luí­s Rocha Nogueira Universidade Federal da Bahia. Instituto Gonçalo Moniz - Fiocruz Bahia - Brasil
  • Davi Silva Vale Nascimento Faculdade de Medicina da Bahia. Universidade Federal da Bahia. Instituto Gonçalo Moniz - Fiocruz Bahia - Brasil.
  • Keila de Oliveira Diniz Instituto Gonçalo Moniz - Fiocruz Bahia – Brasil
  • Raiana dos Anjos Moraes Instituto Gonçalo Moniz - Fiocruz Bahia – Brasil
  • Fênix Alexandra de Araujo Instituto Gonçalo Moniz - Fiocruz Bahia - Brasil
  • Priscila Correia Pinheiro de Matos Faculdade de Medicina da Bahia. Universidade Federal da Bahia. Instituto Gonçalo Moniz - Fiocruz Bahia. Brasil

Palavras-chave:

metodologias ativas, conceitualização, LGBTQIA , diversidade

Resumo

O ensino da diversidade sexual nas universidades é insuficiente mesmo em áreas de saúde, assim o presente trabalho proporciona elucidação de conceitos de diversos aspectos em uma conformação inovadora de aulas. O modelo tradicional de ensino vem se tornando obsoleto e perdendo espaço para metodologias ativas, que através de situações-problema, propiciam a construção do conhecimento cientí­fico de uma forma mais investigativa e interativa. Sendo a sexualidade humana um tema ainda negligenciado, visando adversar o despreparo de futuros profissionais da saúde, o trabalho traz reflexão sobre as temáticas e mudanças de paradigmas, além de uma melhor capacitação para situações diversas a partir de um modelo de demonstração investigativa. A proposta está pautada em três aulas para cursos de graduação em saúde na disciplina de Bioética, ou afins. Inicialmente, é instaurado o engajamento dos estudantes, definição de conceitos essenciais da temática são estabelecidos e é feita uma reflexão conjunta sobre preconceito, na qual almeja-se encontrar representações  LGBTQIA+ na cultura e ciência. Posteriormente, é fundamental que seja realizada uma  discussão do material obtido e das inúmeras injustiças sofridas pela comunidade com base em registros jornalí­sticos. Por fim, torna-se de vital importância a discussão de polí­ticas públicas direcionadas a questões de gênero e orientação sexual. Compreendendo o objetivo de promover a integração de práticas investigativas para estudantes de graduação da área da saúde, para que possam desenvolver uma ação crí­tica e reflexiva em torno do tema saúde dentro das dinâmicas que envolvem sexo, gênero e orientação sexual.

Biografia do Autor

Raphael Luí­s Rocha Nogueira, Universidade Federal da Bahia. Instituto Gonçalo Moniz - Fiocruz Bahia - Brasil

Cirurgião-dentista. - Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana e Experimental

Davi Silva Vale Nascimento, Faculdade de Medicina da Bahia. Universidade Federal da Bahia. Instituto Gonçalo Moniz - Fiocruz Bahia - Brasil.

Biomédico. Pós-graduado em Bioimagem. - Mestrando do programa de Patologia Humana e Experimental. 

Keila de Oliveira Diniz, Instituto Gonçalo Moniz - Fiocruz Bahia – Brasil

Mestre em Educação Fí­sica - Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa

Raiana dos Anjos Moraes, Instituto Gonçalo Moniz - Fiocruz Bahia – Brasil

Mestre em Farmácia - Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa

Fênix Alexandra de Araujo, Instituto Gonçalo Moniz - Fiocruz Bahia - Brasil

Biotecnologista - Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa

Priscila Correia Pinheiro de Matos, Faculdade de Medicina da Bahia. Universidade Federal da Bahia. Instituto Gonçalo Moniz - Fiocruz Bahia. Brasil

Biomédica - Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana e Experimental. Laboratório de Neuroquí­mica da UFBA- LABNQ (ICS).

Referências

Manzoni De Almeida, D. As práticas epistêmicas na construção de uma atividade investigativa de Biologia para o ensino superior. Rev. Compartilhe Docência. 2016; 1(1):29–42.

Zômpero AF, Laburú CE. Atividades investigativas no ensino de ciências: aspectos históricos e diferentes abordagens. Rev. Ensaio. 2011; 13(3):67-80.

Clement L, Custódio JF, Alves Filho JP. Potencialidades do ensino por investigação para promoção da motivação autônoma na educação cientí­fica. Rev. Educação em Ciência e Tec. 2015; 8(1):101-29.

Mourão MF, Sales GL. O uso do ensino por investigação como ferramenta didático-pedagógica no ensino de fí­sica. Exp. em Ensino de Ciências. 2018; 13(5):428-40.

Trivelato SLF, Tonidaniel SMR. Ensino por investigação: Eixos organizadores para sequências de ensino de biologia. Ens. Pesqui. Educ. Ciênc. 2015; 17(spe):97-114.

Carvalho AMP. Ensino de ciências por investigação: Condições para implementação em sala de aula. São Paulo: Cengage Learning; 2013. 164.

Carvalho AMP. Ensino de ciências: unindo a pesquisa e a prática. São Paulo: Thomson Learning; 2004. 165.

Cleophas MG. Ensino por investigação: concepções dos alunos de licenciatura em Ciências da Natureza acerca da importância de atividades investigativas em espaços não formais. Rev. Linhas. 2016; 17(34):266-98.

Val AC, Mesquita LM, Rocha VA, Cano-Prais HA, Ribeiro GM. "Nunca Me Falaram sobre Isso!": o Ensino das Sexualidades na Perspectiva de Estudantes de uma Escola Federal de Medicina. Rev. bras. educ. méd. 2019; 43(supl1):108-118.

Dullius WR, Martins LB, McCleary L. O holismo no treinamento dos profissionais de saúde para o atendimento ao público LGBTQ+. Rev. bras. Est. Homocultura. 2019; 2(2):197-203.

César MRA. Gênero, sexualidade e educação: notas para uma "Epistemologia". Educ. rev. 2009; s.v.(35):37-51.

Vianna CP, Unbehaum s. O gênero nas polí­ticas públicas de educação no Brasil: 1988-2002. Cadernos de Pesq. 2004; 34(121):77-104.

Rizza JL, Ribeiro PRC, Mota MRA. Disciplinas que discutem sexualidade nos currí­culos do Ensino Superior brasileiro: produzindo um diagnóstico da situação atual. Rev. Linhas. 2016; 17(34):197-224

Rufino AC, Madeiro AP, Girão MJBC. O ensino da sexualidade nos cursos médicos: a percepção de estudantes do Piauí­. Rev. bras. educ. méd. 2013; 37(2):178-185.

Almeida EG, Batista, NA. Desempenho docente no contexto PBL: essência para aprendizagem e formação médica. Rev. bras. educ. méd. 2013; 37(2):192-201.

Moraes N, Bernardelli M. Promoção da saúde da população LGBT: Uma intervenção psicoeducativa para profissionais da saúde. VII congresso Pesq. Ext. FSG. 2019 [acesso em 2020 mar 20]; 7(7):947-9. Disponí­vel em: http://ojs.fsg.br/index.php/pesquisaextensao/article/view/4091

Araújo MAL, Saraiva MMM, Galvão MTG, Albuquerque AD. A relação profissional de saúde-usuário: experiência de uma mulher homossexual em uma renomada unidade de saúde de Fortaleza. Esc. Anna Nery Rev. Enferm. 2006; 10(2):323–7.

Silva MA. Dimensões da sexualidade humana: uma análise de livros didáticos de Ciências [dissertação]. São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe; 2019.

Reis HJDA, Duarte MFS, Sá-Silva JR. Os temas "˜corpo humano"™, "˜gênero"™ e "˜sexualidade"™ em livros didáticos de ciências do ensino fundamental. Inves. Ens. Cienc. 2019; 24(1):223-238.

Albuquerque GA, Garcia CL, Alves MJH, Queiroz CMHT, Adami F. Homossexualidade e o direito í saúde: um desafio para as polí­ticas públicas de saúde no Brasil. Saúde debate. 2013; 37(98):516-24.

Silva ALR. Atenção básica í saúde da população LGBT: uma análise bioética a partir das representações sociais de trabalhadores da saúde [dissertação]. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 2017.

Vianna CP. O movimento LGBT e as polí­ticas de educação de gênero e diversidade sexual: perdas, ganhos e desafios. Educ. Pesqui. 2015; 41(3):791-806.

Grupo Gay da Bahia. Relatórios anuais de morte de homossexuais. 2018 [acesso em 25 mar 20]. Disponí­vel em: https://grupogaydabahia.files.wordpress.com/2020/03/relatorio-2018.pdf

ONU. Brasil é um dos paí­ses que registram mais agressões contra pessoas LGBTI. 2019 [acesso em 25 mar 20]. Disponí­vel em: https://nacoesunidas.org/brasil-e-um-dos-paises-que-registram-mais-agressoes-contra-pessoas-lgbti/amp/

Transgender Europe (TGEU). TMM Update Trans Day of Remembrance. 2019 [acesso em 25 mar 20]. Disponí­vel em: https://nacoesunidas.org/brasil-e-um-dos-paises-que-registram-mais-agressoes-contra-pessoas-lgbti/amp/

Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA). Dossiê dos assassinatos e da violência contra pessoas trans. 2019 [acesso em 25 mar 20]. Disponí­vel em: https://antrabrasil.files.wordpress.com/2020/01/dossic3aa-dos-assassinatos-e-da-violc3aancia-contra-pessoas-trans-em-2019.pdf

Popadiuk G, Oliveira D, Signorelli MC. A Polí­tica Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros (LGBT) e o acesso ao Processo Transexualizador no Sistema Único de Saúde (SUS): avanços e desafios. Ciênc. saúde coletiva. 2017; 22(5):1509-20.

Monteiro S, Brigeiro M, Barbosa RM. Saúde e direitos da população trans. Cad. saúde pública. 2019;35(4):e00047119.

Rocon PC, Sodré F, Zamboni J, Rodrigues A, Roseiro MCFB. O que esperam pessoas trans do Sistema Único de Saúde? Interface comun. saúde educ. 2018; 22(64):43-53.

Brasil, Ministério da Saúde. Polí­tica Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. 2013 [acesso em 25 mar 20]. Disponí­vel em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_saude_lesbicas_gays.pdf

Jeri A, Monteiro AB. Rastreio do cancro do colo do útero em mulheres homossexuais: que evidência?. Rev. Port. Med. Geral Farm. 2018; 34(6):377-83.

Carvalho CS, Calderaro, F. Souza SJ. O dispositivo "saúde de mulheres lésbicas": (in)visibilidade e direitos. Psi. Polí­tica. 2013; 13(26):111-27.

Duarte LC, Rohden F. As histórias que podem ser contadas: a feminização da epidemia HIV/AIDS e a produção de narrativas cientí­ficas. Arq. Espistomol. 2019; s.v.(5):22-36.

Almeida G. Argumentos em torno da possibilidade de infecção por DST e Aids entre mulheres que se auto definem como lésbicas. Physis. 2009; 19(2):301-31.

Rodrigues DLM. O rastreio e a prevenção das IST'S em mulheres lésbicas e bissexuais: revisão integrativa [trabalho de conclusão de curso]. Cajazeiras:Universidade Federal de Campina Grande; 2019.

Lima MDA, Souza AS, Dantas MF. Os desafios a garantia de direitos da população LGBT no sistema único de saúde (SUS). Rev. Interfaces. 2015; 3(11):119-25.

Negreiros FRN, Ferreira BO, Freitas DN, Pedrosa JIS, Nascimento EF. Saúde de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais: da formação médica í atuação profissional. Rev. bras. educ. méd. 2019; 43(1):23-31.

Lionço T. Que direito í saúde para a população GLBT? Considerando direitos humanos, sexuais e reprodutivos em busca da integralidade e da equidade. Saude soc. 2008; 17(2):11-21.

Cirino LEB. Evidências sobre atitudes de estudantes e profissionais de saúde relacionadas í s pessoas LGBT [trabalho de conclusão de curso]. Manaus: Universidade do Estado do Amazonas; 2018.

Borges TA, Estrela FNM, Felix SDM. Polí­ticas de saúde para Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais no Brasil: Em busca de universalidade, integralidade e equidade. 2017 [acesso em 26 mar 20]. Disponí­vel em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/180270

Downloads

Publicado

2020-12-02