Atendimento Odontológico Realizado a Mulheres no Climatério nas Unidades Assistenciais da Estratégia de Saúde da Família.
Palavras-chave:
Climatério, Doenças Periodontais, Cárie Radicular, Atenção Primária í Saúde.Resumo
O climatério é um período de transição entre a fase reprodutiva e a não reprodutiva, tendo início aos 35 anos e término aos 65 anos. A passagem do período fértil para o não fértil vai ocorrer gradualmente com mudanças, tanto endócrinas como relacionadas ao envelhecimento. A fase do climatério feminino é a que mais pode trazer problemas sérios a saúde bucal e acarretar prejuízos dentais. O objetivo proposto pelo presente artigo foi investigar como procede o atendimento odontológico para mulheres climatéricas na Atenção Básica na Estratégia de Saúde da Família (ESF). No período do climatério a redução hormonal típica, principalmente do estrogênio, que é ocasionada pela falência ovariana poderá ocasionar doenças periodontais e cáries radiculares. A rede de assistência à saúde da mulher apresenta lacunas que estão relacionadas a estruturação de uma rede solidária e integrada, possuindo ainda, limitações no campo da regulação assistencial; atenção básica pouco resolutiva e descontinuidade no percurso terapêutico da mulher. Os resultados obtidos nesse estudo podem servir de estímulo à estruturação de novas políticas públicas que sejam capazes de normatizar a prática de atendimentos odontológicos qualificados nas ESF para as mulheres climatéricas, que se encontram em um período crítico em suas vidas, dotado de extrema complexidade.
Referências
Spezzia S. Manifestações Orais e Sistêmicas Causadas pelo Climatério nas Mulheres. Rev Uningá Review, 2012; 9(1):33-7.
Notelovitz M. Climacteric medicine and science: a societal need. In: Notelovitz M, ed. The climacteric in perspective. Lancaster, p. 19-21, 1988.
Gracia CR, Sammel MD, Freeman EW, Lin H, Langan E, Kapoor S et al. Defining menopause status: creation of a new definition to identify the early changes of the menopausal transition. Menopause, 2005; 12(2):128-35.
Aldrighi JM, Pires ALR. Climatério/ TRH: morbimortalidade, contraindicações e relação custo-eficácia. Rev Reprod Climat, 2001; 16: 24-30.
Pirolo E. O Climatério e o Impacto sobre a Saúde Bucal. Cultura Homeopática 2004, 3(6):12.
Jaffe RB. The menopause and perimenopausal period. In: Yen SSC, Jaffe RB. Reproductive endocrinology: physiology, pathophysiology and clinical managenent. London: WB Saunders; 1991.
Aldrighi JM, Aldrighi CMS, Aldrighi APS. Alterações Sistêmicas no Climatério. Rev Bras Med, 2002; 15:21.
Anderson D, Yoshizawa T, Gollschewski S, Atogami F, Courtney M. Menopause in Australia and Japan: effects of country of residence on menopausal status and menopausal symptoms. Climacteric, 2004; 7(2):165-74.
Otomo-Corgel J, Steinberg BJ. Medicina Periodontal e a Mulher como Paciente. In: Rose LF, Genco RJ,Mealey BL, Cohen DW. Medicina Periodontal. São Paulo: Livraria Editora Santos, 2002, p. 83-98.
Bertolini PFR, Biondi Filho O, Niero BG, Saraceni CHC, Splendore SMG, Pomílio A, et al. Medicina periodontal e a mulher: a importância do seu conhecimento para uma abordagem preventiva por ginecologistas/obstetras e cirurgiões-dentistas. Rev Cienc Med PUCCAMP, 2007; 16:175-85.
Fischer CC, Persson RE, Persson GR. Influence of the menstrual cycle on the oral microbial flora in women: a case-control study including men as control subjects. J Periodontol. 2008; 79(10):1966-73.
Farias SF, Gurgel-Jr. GD, Costa AM, Brito RL, Buarque RR. A Regulação no Setor Público de Saúde no Brasil: Os (des)caminhos da assistência médico-hospitalar. Rev Ciência & Saúde Coletiva, 2011; 16(1S): 1043-53.
Lindhe J, Lang NP, Karring T. Tratado de Periodontia Clínica e Implantologia Oral. 5ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2010.
Lascala NT, Moussalli NH. Alterações Hormonais. Periodontia Clínica – Especialidades Afins. 5ª. Ed. São Paulo: Artes Médicas, 1985; p. 248-53.
Lascala NT, Moussalli NH. Diagnóstico Diferencial em Periodontia. In: Compêndio Terapêutico Periodontal. São Paulo: Artes Médicas; 1994. p. 59-92.
Spezzia S, Calvoso Jr. R. Climatério, Doenças Periodontais e Cáries Radiculares. Braz J Periodontol, 2013; 23(3):39-45.
Silva VG, Sauerbronn AVD, Romito GA. Tratamento Periodontal em Mulheres na Transição Menopausal: climatério. In: Dib LL, Saddy MS. Atualização Clínica em Odontologia. São Paulo: Artes Médicas; 2006. p.625-34.
Jabbar S, Drury J, Fordham J, Datta HK, Francis RM, Tuck SP. Plasma vitamin D and cytokines in periodontal disease and postmenopausal osteoporosis. J Periodontal Res, 2011; 46(1):97-104.
Brennan-Calanan RM, Genco RJ, Wilding GE, Hovey KM, Trevisan M, Wactawski-Wende J. Osteoporosis and oral infection: independent risk factors for oral bone loss. J Dent Res, 2008; 87(4):323-7.
Spezzia S. O Papel da Osteoporose na Odontologia. Rev Assoc Paul Cir Dent, 2014; 68(4):366-7.
Spezzia S. Inter-relação entre Osteoporose e Doenças Periodontais. Rev ImplantNewsPerio, 2016; 1(6):1207-13.
Markou E, Eleana B, Lazaros T, Antonios K. The influence of sex steroid hormones on gingiva of women. Open Dent J, 2009; 3:114-9.
Hey-Hadavi JH. Women"™s oral health issues: sex differences and clinical implications. Women"™s Health Prim Care, 2002; 5: 189-99.
Alonso JMSL. Influência do Consumo Crônico de Etanol 20% na Doença Periodontal Induzida em Ratas com Deficiência Estrogênica [tese]. São José dos Campos: Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP, 2009.
Spezzia S, Calvoso Jr. R. A Saúde Bucal da Mulher no Climatério. Clin Pesq Odontol, UNITAU, 2012; 4(1):43-7.
Donaldson C, Gerard K. Economics of health care financing: the visible hand. London: McMillan Press, 1993.
Castro JD. Regulação em saúde: análise de conceitos fundamentais. Rev Sociologias, 2002; 7(4):122-35.
Santos FP, Merhy EM. A Regulação Pública da Saúde no Estado brasileiro – uma revisão. Revista Interface: Comunic, Saúde, educ, 2006; 10(19):25-41.
Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Brasil). Teses e Plano de Ação 2005-2007. Brasília, DF, 2005.
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.559, de 1 de agosto de 2008. Institui a Política Nacional de Regulação do Sistema Único de Saúde/SUS. Brasília, DF, 2008. Disponível em http://www.saude.mt.gov.br/upload/legislacao/1559-%5B2870-120110-SES-MT%5D.pdf. Acessado em 02 de fevereiro de 2017.
Lima ALA. A Política de Regulação da Assistência e a Integralidade í Saúde da Mulher: uma análise da situação do Distrito Sanitário III da cidade do Recife. [dissertação]. Recife: Fundação Oswaldo Cruz – Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, 2010.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção í Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política nacional de atenção integral í saúde da mulher: princípios e diretrizes / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção í Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004. 82 p.
Brasil. Ministério da Saúde. Centro de Documentação do Ministério da Saúde. Assistência Integral í Saúde da Mulher: bases de ação programática. Brasília, DF, 1984.
Brasil. Secretaria de Atenção í Saúde. Política nacional de atenção integral í saúde da mulher: princípios e diretrizes Brasília, DF. Ed. do Ministério da Saúde, 2007 – (Série C. Projetos, Programas e Relatórios).
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção í Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Manual de Atenção í Mulher no Climatério/Menopausa / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção í Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2008. 192 p. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_atencao_mulher_climaterio.pdf Acessado em 01 de fevereiro de 2017.
Souza LM, Fioravente E. Fatores Associados í Realização do Exame Preventivo Papanicolau pelas Mulheres do Estado de Minas Gerais em 2003. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/6519696.pdf Acessado em 01 de fevereiro de 2017.
Moura ADA, Silva SMG, Farias LM, Feitoza AR. Conhecimento e Motivações das Mulheres acerca do Exame de Papanicolau: subsídios para a prática de enfermagem. Rev Rene, 2010; 11(1):94-104.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção í Saúde. Departamento de Atenção Básica. Memórias da saúde da família no Brasil / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção í Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2010. 144 p.
Brasil. Portaria nº. 1.444, 28 de dezembro de 2000. Estabelece incentivo financeiro para reorganização da saúde bucal prestada nos municípios por meio do Programa Saúde da Família. Diário Oficial da União 2000; 29 dez.
Fortuna CM, Matumoto S, Pereira MJB, Camargo-Borges C, Kawata LS, Mishima SM. Educação Permanente na Estratégia Saúde da Família: repensando os grupos educativos. Rev. Latino-Am. Enfermagem, 2013; 21(4):8.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção í Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Atenção Básica. Coordenação Geral de Saúde Bucal. SB Brasil 2010: Pesquisa Nacional de Saúde Bucal: Resultados Principais. Brasília. 2011. 92. Disponível em: http://dab.saude.gov.br/CNSB/sbbrasil/arquivos/projeto_sb2010_relatorio_final.pdf Acessado em 23 de setembro de 2015.
Harari S. Prática de Promoção de Saúde no Binômio Materno-infantil. In: Odontologia Integrada: atualização para o clínico e o especialista. Rio de Janeiro: Pedro Primeiro, p. 25-55, 2002.
[NAMS] The North American Menopause Society. Menopause guidebook. 1ª. Ed. Cleveland: The North American Menopause Society; 2001.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).