Inclusão social de pessoas com deficiência por empresas na região da grande Florianópolis/SC

Autores

  • Ana Karina Hahn Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)
  • Jackson Cittadin Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)
  • Simone Sehnem Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) e Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC)
  • Nei Antonio Nunes Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)

Palavras-chave:

Pessoas com Deficiência, Inserção Profissional, Inovação Social, Inovação Inclusiva, Inclusão Profissional/Social.

Resumo

Ao investigar as ações de uma ONG situada na grande Florianópolis/SC que visa a inserção profissional de pessoas com deficiência (PCDs), este artigo procurou avaliar em que medida as suas práticas viabilizavam a inclusão social. Para a consecução desta pesquisa, foi escolhido o método de estudo de caso. Foram realizadas entrevistas em profundidade com gestores da instituição, além de análise de documentos e de depoimentos de membros das empresas, como também de alunos/deficientes e de seus familiares. Observou-se que, para promover a inserção no mercado de trabalho, a ONG conta com a participação de APAES e de Empresas. Todavia, a maior parte das empresas emprega as PCDs objetivando, sobretudo, cumprir as cotas legais. Isso pode ser visto como um indicativo de que é atribuí­da, por parte das Empresas que ofertam as vagas de emprego, reduzida importância aos benefí­cios individuais, corporativos e sociais que podem ser gerados com essa ação. Outro dado de relevância, ainda pouco explorado na literatura, é a constatação de que a tendência dos pais à superproteção funciona como uma espécie de resistência ao processo de inclusão profissional dos filhos tidos como possuidores de alguma deficiência. Sobre os benefí­cios gerados pela inserção profissional, os depoimentos de PCDs confirmam a mudança que esta pode causar em suas vidas. Relatos apontam sensação de independência e a ampliação da autoestima geradas pela inserção profissional (e social). Assevera-se, por fim, que a inclusão profissional das PCDs, se orientada para promoção de maior autonomia individual e social, pode se constituir como uma prática de inovação social. 

Biografia do Autor

Ana Karina Hahn, Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)

Mestre em Administração - UNISUL

Jackson Cittadin, Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)

Mestrado em Administração - UNISUL

Simone Sehnem, Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) e Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC)

Graduada em Agronegócios - UNOESC

Graduada em Administração - UNOESC

Mestrado em Administração - UFSC

Doutorado em Administração e Turismo - UNIVALI

Nei Antonio Nunes, Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)

Professor do Mestrado em Administração da Unisul

Referências

Andrade, T.(2005). Inovações em ciências sociais: em busca de novos referenciais. Revista Brasileira de Ciências Sociais. V. 20, N. 58, junho.

Araújo, J.N.G.; Cardoso, V.M. (2006). Dificultadores e facilitadores no processo de inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. In: Seminário Internacional Sociedade Inclusiva : propostas e ações : impasses e avanços , 4., 2006, Belo Horizonte. Anais... Minas Gerais: Pontifí­cia Universidade Católica de Minas Gerais, 2006.

Assis, M. de (2011). O alienista. São Paulo: ítica.

Bell, J. (2008). Projeto de pesquisa: guia para pesquisadores iniciantes em educação, saúde e ciências sociais. 4. ed. Porto Alegre: Artmed. 224 p

Brasil. Lei 8.213, de 24 de julho de 1991. Consolida a legislação que dispõe sobre os Planos de Benefí­cios e Custeio de Previdência Social e sobre a organização da Seguridade Social, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasí­lia, 14 ago. 1998. Disponí­vel em <http://www.saci.org.br>. Acesso em: 15 de dez. 2015.

Campos, J.G.F., Vasconcellos, E.P.G., Kruglianskas, G.(2013). Incluindo pessoas com deficiência na empresa: estudo de caso de uma multinacional brasileira. Revista de Administração, São Paulo, v.48, n.3, p.560-573, jul./ago./set.

Canguilhem, G. (2007). O normal e o patológico. Rio de Janeiro: Forense Universitária.

Canguilhem, G. (2012). O conhecimento da vida. Rio de Janeiro: Forense Universitária.

Carmo Neto, D. G. (1996). Metodologia Cientí­fica para Participantes. 3 ed. Salvador: American Word Univercity Press.

Carneiro, M. A.(1998). LDB fácil: leitura crí­tico-compreensiva, artigo a artigo. Rio de Janeiro: Vozes.

Carvalho-Freitas, M. N. (2007). A inserção de pessoas com deficiência em empresas brasileiras: um estudo sobre as relações entre concepções de deficiência, condições de trabalho e qualidade de vida no trabalho.2007. 315 f. Tese (Doutorado em Administração) -Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.

Carvalho-Freitas, M. N.; Marques, A. L. (2010). Formas de ver as pessoas com deficiência: um estudo empí­rico do construto de concepções de deficiência em situações de trabalho. Revista de Administração Mackenzie, São Paulo, V. 11, n. 3, ed. Especial, p. 100-129.

Dejours, C. (1993). Travail, usurementale. De lapsycho patologi edutravail í lapsychodynamiquedutravail. Paris: Bayard.

Dejours, C.(1992). A Loucura do trabalho: estudo da psicopatologia do trabalho. São Paulo: Cortez – Oboré.

Dejours, C. (2007). A banalização da injustiça social. Rio de Janeiro: Ed. FVG.

Enriquez, E.. In: Araújo, J. N. G.; Carreteiro, T. (2001). Instituições, poder e desconhecimento: cenários sociais e abordagem clí­nica. São Paulo: Escuta; Belo Horizonte: Fumec.

Fonseca, M. A.(1995). Michel Foucault e a construção do sujeito. São Paulo: EDUC.

Foucault, M.(2001). Os anormais. São Paulo: Martins Fontes.

Lima, M.P., Tavares, N.V., Brito, M.J. e Cappelle, M.C.S. (2013). O sentido do trabalho para pessoas com deficiência. Revista Administração Mackenzie, v. 14, n. 2, São Paulo, mar./abr 2013.

Machado, D. D.P.N.; Carvalho, C. E. (2008). Cultural typologies and organizational environment: a conceptual analysis. Latin American Business Review, Philadelphia, v.9, n.1, p.1-32, Aug.

MTE - Ministério do Trabalho e Emprego. 2010. Disponí­vel em < http://www2.mte.gov.br/institucional/concurso_aft2010.asp>. Acesso em 3 jan.2015.

Neri, M.; Pinto, A.; Soares, W.; Costilha, H.(2003). Retratos da deficiência no Brasil. Rio de Janeiro: FGV/IBRE.

Oliveira, A. B. (2012). A determinância dos fatores sócio-históricos em suas subjetivações na gestão de profissionais com deficiência nas organizações. Revista Economia & Gestão. V. 12, N. 30, set./dez.

Pinzani, A.; Rego, W. L. (2013). Vozes do bolsa famí­lia: autonomia, dinheiro e cidadania. São Paulo: Unesp.

Popper, K. (1959). Thelogic of Scientific Discovery.Hutchinson, London.

Sassaki, R. K. (2006). Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. 7a ed. Rio de Janeiro: WVA.

Schwarz, A.; Haber, J. (2009). Cotas: como vencer os desafios da contratação de pessoas com deficiência. São Paulo:Social.

Shimono, S.O. (2008). Educação e trabalho: caminhos da inclusão na perspectiva da pessoa com deficiência. 2008. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, São Paulo, São Paulo, Brasil.

Sólera, M.C.O.G. (2008). É possí­vel a inclusão? Um estudo sobre as dificuldades da relação do sujeito com a diferença 2008. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, São Paulo, Brasil.

Schumpeter J.A. (1982). Teoria do desenvolvimento econômico. Tradução Maria Silva Possas. São Paulo, ed. Abril (Ed. Colecionadores).

Schumpeter, J. A. (1985). Teoria do desenvolvimento econômico: uma investigação sobre lucros, capital, crédito, juros e o ciclo econômico. São Paulo: Nova Cultural. (Os pensadores)

Staimback, S.; Stainback, W. (1999). Inclusão: Um guia para educadores. Porto Alegre: Artes Médicas.

Tanaka, E.D.O.; Manzini, J.E. (2005). O que os empregadores pensam sobre o trabalho da pessoa com deficiência? Revista Brasileira de Educação Especial, Marí­lia, v.11, n.2, p.273-294, maio/ago.

Teodósio, A.S.S.; Gonçalves, G.; Silveira, C.M.; Frota, J.G.; Santos, S.; Alves, M.H.; Silva, L.D. (2004). A inclusão de pessoas com deficiência no trabalho: desafios para a gestão socialmente responsável. In: Seminário Internacional Sociedade Inclusiva: ações inclusivas de sucesso , 3., 2004, Belo Horizonte. Anais... Minas Gerais: Pontifí­cia Universidade Católica de Minas Gerais.

Yunus, M. (2010). Criando um negócio social: como iniciativas economicamente viáveis podem solucionar os grandes problemas da sociedade. Rio de Janeiro: Elsevier.

Downloads

Publicado

2018-05-02

Como Citar

HAHN, A. K.; CITTADIN, J.; SEHNEM, S.; NUNES, N. A. Inclusão social de pessoas com deficiência por empresas na região da grande Florianópolis/SC. Revista Metropolitana de Sustentabilidade (ISSN 2318-3233), São Paulo, v. 8, n. 2, p. 102–118, 2018. Disponível em: https://revistaseletronicas.fmu.br/index.php/rms/article/view/1242. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Administração, Contabilidade e Economia