Produção mais limpa em indústria farmacêutica: avaliação das ações preliminares

Autores

  • Edilaine Conceição Rezende Consominas Engenharia Ltda
  • Marcos Paulo Gomes Mol Fundação Ezequiel Dias / Universidade Federal de Minas Gerais
  • Aline Aparecida Thomaz Pereira Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais

Palavras-chave:

Aspectos e impactos ambientais, Indústria farmacêutica, Produção mais limpa.

Resumo

O modelo de gestão ambiental denominado Produção Mais Limpa (P+L) é uma ferramenta eficaz para cumprir as necessidades ambientais e promover o desenvolvimento sustentável de empreendimentos. Neste trabalho, as possibilidades de implantação de práticas de P+L são avaliadas para a indústria farmacêutica, partindo-se da identificação prévia dos procedimentos de Boas Práticas de Fabricação (BPF), práticas exigidas pelos órgãos de vigilância sanitária para o funcionamento deste tipo de indústrias. O estudo foi realizado em uma instituição de saúde, ciência e tecnologia, que atua na produção de medicamentos, dentre outras atividades. O processo produtivo da instituição foi avaliado e em seguida feito o levantamento dos principais pontos de geração de resí­duos e efluentes em cada etapa de produção, visando diagnosticar as medidas de P+L já estabelecidas pela instituição e propor novas ações. Dessa forma, foi possí­vel evidenciar a redução dos impactos ambientais provocados pela produção farmacêutica através da aplicação desta ferramenta. Percebeu-se ainda que as práticas de BPF contribuí­ram para a implementação de medidas de P+L, preservando a qualidade do produto final, além de gerar benefí­cios ambientais e econômicos.

Biografia do Autor

Edilaine Conceição Rezende, Consominas Engenharia Ltda

Graduada em Ciências Biológicas - Licenciatura e Bacharelado em Gestão Ambiental pela Pontifí­cia Universidade Católica de Minas Gerais e técnica em Biotecnologia pelo SESI Benjamin Guimarães. Atua na empresa de consultoria ambiental Consominas Engenharia Ltda, no Núcleo de Gestão Ambiental Integrada e Sustentabilidade, com experiência em licenciamento ambiental, elaboração de relatórios técnicos e estudos ambientais (RCA/PCA, EIA/RIMA, RAP, EIV, Planos de Gerenciamento de Resí­duos Sólidos, Coleta Seletiva, Educação Ambiental, dentre outros).

Marcos Paulo Gomes Mol, Fundação Ezequiel Dias / Universidade Federal de Minas Gerais

Formado em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP (2006), Mestre em Saneamento e Meio Ambiente pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (2011) e Doutorando também pela UFMG, Saneamento e Meio Ambiente (desde 2012). Formação em Técnico em Informática (2000) e Técnico em Turismo (2002) pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Ouro Preto. Foi coordenador da Unidade de Gestão Ambiental da Fundação Ezequiel Dias (FUNED) em Belo Horizonte, (2007 a 2015). Atualmente é Pesquisador da Fundação Ezequiel Dias - Funed, desde abril de 2015. É membro efetivo da COPAGRESS - Comissão Permanente de Apoio ao Gerenciamento de Resí­duos de Serviços de Saúde.

Aline Aparecida Thomaz Pereira, Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais

Formada em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário UNA de Belo Horizonte (2012), Especialista em Vigilância em Saúde Ambiental pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ (2014). Atualmente é Referência Técnica na Diretoria de Vigilância Ambiental da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais - SES-MG, desde janeiro de 2013.

Referências

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas (1996). NBR ISO 14001 - Sistema de gestão ambiental: especificação e diretrizes para uso. Rio de Janeiro: ABNT. 14 p.

Azevedo, S. M. Z. (2008). Gerenciamento de resí­duos no laboratório farmacêutico do Estado do Rio Grande do Sul (LAFERGS) como contribuição ao para a otimização da produção ao de medicamentos. 189 p. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas.

Bista, K. R., Khatiwada, N. R. (2003). Performance study on reed bed wastewater treatment units in Nepal. Department of Water Supply and Sewerage (DWSS), Panipokhari, Kathmandu, Nepal. Swedish Center of Excellence in Nepal – Conference paper. Recuperado em 10 maio 2013 de

http://dnetnepal.com/swedish/pdf/Bista&Khatiwada.pdf.

Boltic, Z., Ruzic, N., Jovanovic, M., Savic, M., Jovanovic, J., & Petrovic, S. (2013 Cleaner production aspects of tablet coating process in pharmaceutical industry: problem of VOCs emission. Journal of Cleaner Production, 44, 123-132.

Brasil; Resolução nº430, de 13 de maio de 2011 (2011). Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução nº 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, 8 p.

Brasil; Resolução RDC nº17, de 16 de abril de 2010 (2010). Dispõem sobre as Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos. Brasí­lia: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 72 p.

CETESB, Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (2005). Guia Técnico Ambiental da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. São Paulo. Recuperado em 10 de maio 2013 de http://www.cetesb.sp.gov.br/Tecnologia/producao_limpa/documentos.asp.

COPAM DN 74 de 09 de setembro de 2004 (2004). Estabelece critérios para classificação, segundo o porte e potencial poluidor, de empreendimentos e atividades modificadoras do meio ambiente passí­veis de autorização ou de licenciamento ambiental no ní­vel estadual, determina normas para indenização dos custos de análise de pedidos de autorização e de licenciamento ambiental, e dá outras providências, 61 p. Minas Gerais: Diário do Executivo, 2004.

Companhia de Saneamento de Minas Gerais (2002). Norma Técnica. T 187: Lançamento de Efluentes Lí­quidos Não Domésticos na Rede Pública Coletora de Esgotos. Minas Gerais.

Filho, J. C. G. S., Sicsú, A. B. (2003). Produção Mais Limpa: uma ferramenta da Gestão Ambiental aplicada í s empresas nacionais. In: XXIII Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2003, Ouro Preto. XXIII Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Ouro Preto: ENEGEP, pp. 1-8.

Guedes, E. V. R. (2004). Avaliação Comparativa Entre íguas Residuárias de Serviços de Saúde e íguas Residuárias Urbanas: um Estudo em Montes Claros - MG. Dissertação de Mestrado - Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Milan, G. S., Grazziotin, D. B. (2012). Um estudo sobre a aplicação da Produção mais Limpa (P+L). Revista GEPROS, 7(1), 127-140.

Oliveira, M. (2006). A produção mais limpa como ferramenta de gestão ambiental para as indústrias do municí­pio de Juiz de Fora. 88 p. Monografia - Universidade Federal de Juiz de Fora. Graduação em Engenharia de Produção.

Pimenta, H. C. D., & Gouvinhas, R. P. (2012). A produção mais limpa como ferramenta da sustentabilidade empresarial: um estudo no estado do Rio Grande do Norte. Revista Produção, 22(3), 462-476.

Silva, A. L. E., Moraes, J. A. R., & Machado, Ê. L. (2012). Proposta de um programa de P+ L como ferramenta para promoção da gestão ambiental: estudo de caso. Tecno-Lógica, 16(1), 40-47.

Universidade Federal do Rio Grande do Sul [UFRGS] (2003). Estudo de Processos aplicados ao Tratamento de Efluentes de Serviços de Saúde com Ênfase na Etapa de Remoção de Organismos Patogênicos. Porto Alegre: Instituto de Pesquisas Hidráulicas. Relatório. 98 p.

Veleva, V., Hart, M., Greiner, T., Crumbley, C. Indicators for measuring environmental sustainability: A case study of the pharmaceutical industry. Benchmarking. An International Journal, 10(2), 107-119.

Ze-hua, M., Na, B., Li, D., & Wen-bo, S. (2011). Exploring execution of ecological engineering and cleaner production in pharmaceutical industry. Energy Procedia, 5, 679-683.

Downloads

Publicado

2015-12-09

Como Citar

REZENDE, E. C.; MOL, M. P. G.; PEREIRA, A. A. T. Produção mais limpa em indústria farmacêutica: avaliação das ações preliminares. Revista Metropolitana de Sustentabilidade (ISSN 2318-3233), São Paulo, v. 5, n. 3, p. 131–145, 2015. Disponível em: https://revistaseletronicas.fmu.br/index.php/rms/article/view/706. Acesso em: 21 nov. 2024.