Limites da educação ambiental e de oficinas de reciclagem frente ao descarte inadequado do óleo de cozinha em centros urbanos

Autores

  • Viviane Miriam Cardoso Cruz Coordenadora dos cursos de Licenciatura em História, Matemática, Letras e Pedagogia no Centro Universitário Anhanguera da São Paulo
  • Renata Ferraz de Toledo Docente do Programa de Mestrado Profissional em Saúde Ambiental da FMU http://orcid.org/0000-0002-4770-7842
  • Vanessa Aparecida Feijó de Souza Docente do Programa de Mestrado Profissional em Saúde Ambiental da FMU
  • Andréia Maria Martarello Gonçalves Docente da Universidade Paulista - UNIP

Palavras-chave:

contaminação da água, óleo vegetal, educação ambiental, aprendizagem social.

Resumo

Este artigo destaca o descarte inadequado de óleo de cozinha como uma das práticas causadoras de contaminação da água, inclusive em centros urbanos, agravando a escassez hí­drica e dificultando seu acesso à população. Tem por objetivo promover reflexões sobre limites da educação ambiental, a partir de estudo realizado junto à estudantes de Curso de Pedagogia.  Foram aplicados questionários para investigar locais de descarte e, após análise destas informações, foi elaborada e desenvolvida uma capacitação, incluindo oficina para produção de sabão. Entretanto, resultados mostraram a não adesão dos participantes ao produto final. Conclui-se que, oficinas dessa natureza, embora proponham a prática pela experiência, devem ir além da exposição de conteúdos, seguidos por vivências sensibilizadoras. A gravidade dos problemas socioambientais da atualidade, especialmente no contexto urbano, demandam espaços de aprendizagem social contextualizados e dialógicos, que estimulem a busca de soluções compartilhadas, caminhando-se em direção à sustentabilidade.

Biografia do Autor

Viviane Miriam Cardoso Cruz, Coordenadora dos cursos de Licenciatura em História, Matemática, Letras e Pedagogia no Centro Universitário Anhanguera da São Paulo

Graduação em PEDAGOGIA. Especialização em: MAGISTÉRIO PARA O ENSINO SUPERIOR; PSICOPEDAGOGIA CLINICA E EDUCACIONAL; METODOLOGIA E GESTíO EM EAD.Mestre em SAÚDE AMBIENTAL, pelo Programa de Mestrado Profissional em Saúde Ambiental da FMU.

Renata Ferraz de Toledo, Docente do Programa de Mestrado Profissional em Saúde Ambiental da FMU

Pós-doutora em Educação (FE-USP, 2013). Doutora em Saúde Pública (FSP-USP, 2006). Mestre em Saúde Pública (FSP-USP, 2001). Especialista em Educação Ambiental (FSP-USP, 1999). Licenciada em Ciências Biológicas (Unesp-Botucatu, SP, 1997).

Vanessa Aparecida Feijó de Souza, Docente do Programa de Mestrado Profissional em Saúde Ambiental da FMU

Graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2008), mestrado em Medicina Veterinária (Epidemiologia Experimental e Aplicada í s Zoonoses) pela Universidade de São Paulo (2010) e doutorado em Medicina Veterinária (Epidemiologia Experimental e Aplicada í s Zoonoses) pela Universidade de São Paulo (2014).

Andréia Maria Martarello Gonçalves, Docente da Universidade Paulista - UNIP

Graduação em Medicina Veterinária pelo Centro Universitário Fundação de Ensino Octávio Bastos (1991). Mestrado em Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres pela Universidade de São Paulo (1996). Doutorado em Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres pela Universidade de São Paulo (2000). MBA em Gestão Ambiental pela Fundação Getúlio Vargas (2010). 

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Publicado

2019-10-10

Como Citar

CRUZ, V. M. C.; TOLEDO, R. F. de; SOUZA, V. A. F. de; GONÇALVES, A. M. M. Limites da educação ambiental e de oficinas de reciclagem frente ao descarte inadequado do óleo de cozinha em centros urbanos. Revista Metropolitana de Sustentabilidade (ISSN 2318-3233), São Paulo, v. 9, n. 2, p. 137–147, 2019. Disponível em: https://revistaseletronicas.fmu.br/index.php/rms/article/view/1986. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos