Análise da Influência do Conselho de Administração na Evidenciação da Sustentabilidade
Palavras-chave:
Governança corporativa, Conselho de administração, Sustentabilidade, Capital aberto.Resumo
O presente estudo objetivou analisar se o tamanho e a independência do conselho de administração interferem de alguma forma na evidenciação da sustentabilidade e testar se as variáveis "sustentabilidade econômica, ambiental e social" sofrem algum efeito quando relacionadas com estas características do conselho de administração. Para isso realizou-se uma pesquisa de natureza descritiva, com abordagem qualitativa, extraindo dados dos relatórios de sustentabilidade das cem empresas de capital aberto listadas na bolsa de valores B3 S.A., que publicaram conforme modelo G4 do Global Reporting Iniciative em 2016. Os dados obtidos foram submetidos a procedimentos de estatística descritiva, correlação de Pearson, teste T, análises das regressões, teste de normalidade (Kolmogorov), multicolinearidade (VIF) e autocorrelação dos resíduos (Durbin-Watson) dos dados. Os resultados obtidos indicam que não há relação positiva entre o tamanho e independência do conselho de administração e evidenciação da sustentabilidade, para a amostra. O tamanho e independência dos conselhos apresentaram significância em relação a publicação de relatórios nos formatos do ISE. Futuras pesquisas podem analisar apenas as organizações que adotam os padrões do ISE e verificar o comportamento de outras variáveis nesta ótica.
Referências
ALVES, L. E. S. (2001). Governança e cidadania empresarial. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, 41(4), 78-86.
ANDRADE, L. P.; SALAZAR, G. T.; CALEGARIO, C. L. L.; & SILVA, S. S. (2009). Governança corporativa: uma análise da relação do conselho de administração com o valor de mercado e desempenho das empresas Brasileiras. Revista de Administração Mackenzie (Online), 10(4), 4-31.
BERLE, A.; & MEANS, G. (1932) The Modern Corporation and Private Property. New York: Harcourt, Brace & World.
BM&FBOVESPA – BOLSA DE VALORES, MERCADORIAS E FUTUROS DE SíO PAULO. Sustentabilidade nas Empresas: Como começar, quem envolver e o que priorizar. Recuperado em 23 set. 2017 de <http://vemprabolsa.com.br/wp-content/uploads/2015/10/BookSustentabilidade_PT.pdf>.
BMF&BOVESPA – BOLSA DE VALORES, MERCADORIAS E FUTUROS DE SíO PAULO. índice de Sustentabilidade Empresarial – ISE. Recuperado em 24 set. 2017 de http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/indices/indices-de-sustentabilidade/indice-de-sustentabilidade-empresarial-ise.htm.
CAMPOS, T. L. C. (2006). Políticas para stakeholders: um objetivo ou uma estratégia organizacional? Revista de Administração Contemporânea, 10(4), 111-130.
CILIBERTI, F.; PONTRANDOLFO, P.; & SCOZZI, B. (2008). Investigating corporate social responsibility in supply chains: a SME perspective. Journal of Cleaner Production. 16(15), 1579-1588.
CLARKSON, M. (1995). A stakeholder framework for analyzing and evaluating corporate social performance. Academy of Management Review, 20(1), 92-117.
Comissão de Valores Mobiliários. Recomendações da CVM sobre Governança Corporativa (2002). Recuperado em 15 mar. 2018 de http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/decisoes/anexos/0001/3935.pdf.
CORREIA, L. F.; AMARAL, H. F. (2009). A eficiência do Conselho de Administração como mecanismo de controle dos custos de agência. XVI Congresso Brasileiro de Custos – Fortaleza - Ceará, Brasil, 03 a 05 de novembro de 2009.
DONALDSON, T.; & PRESTON, L.E. (1995). The Stakeholder Theory of the Corporation: Concepts, Evidence and Implications. Academy of Management Review, 20, 65-91.
ELKINGTON, J. (2012) Sustentabilidade, canibais com garfo e faca. São Paulo: M. Books do Brasil.
FABRIS, J.; FISCHER, A.; &SEHEM, S. (2015). A cidade do idoso í luz da teoria dos stakeholders.REUNA, 20(1), 5-24.
FAMí, E. F.; &JENSEN, M. C. (1983). Separation of ownership and control. Journal of Law and Economics. 26(2), 301-325.
FASSIN, Y. (2012). Stakeholder management, reciprocity and stakeholder responsibility. Journal of Business Ethics, 109(1), 83-96.
FAVERO, L. P. (2015). Análise de Dados. Rio de Janeiro: Elsevier.
FREEMAN, R. E. (1984). Strategic management: a stakeholder approach. Massachusetts: Pitman.
GOMES, R. C. (2004). Who are the relevant stakeholders to the local government context? empirical evidences on environmental influences in the decision making process of english local authorities. Brazilian Administration Review, 1(1), 34-52.
GOODPASTER, K.E. (1991) Business Ethics and Stakeholder Analysis. Business Ethics Quarterly, 53-73.
GRI. GLOBAL REPORTING INITIATIVE. About GRI (2017). Recuperado em 24 set. 2017 de https://www.globalreporting.org/information/about-gri/Pages/default.aspx.
INSTITUTO BRASILEIRO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. (2018) Pesquisa sobre setores da regulados. Recuperado em 15 de mar. 2018 de https://www.idec.org.br/consultas/dicas-e-direitos/conheca-o-papel-das-agencias-reguladoras.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA (2017). Pesquisa sobre governança corporativa. Recuperado em 20 de set. 2017 de http://www.ibgc.org.br/index.php/governanca/governanca-corporativa.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA. (2015) Código das melhores práticas de governança corporativa. 5.ed. São Paulo, SP: IBGC.
JENSEN, M.; & MECKLING, W. (1976). Theory of the firm: managerial behavior, agency costs and ownership structure. Journal of Financial Economics, 3(4), 305-360.
LAPLUME, A. O.; SONPAR, K.; & LITZ, R. A. (2009) Stakeholder theory: reviewing a theory that moves us. Journal of Management, 34(6), 1152-1189.
MACHADO F, C. A. P. (2016). Governança e responsabilidade corporativa: interface e implicações no ambiente contemporâneo. In: FARIAS, L. A.; LOPES, V. S. C. Comunicação, governança e organizações. Dados Eletrônicos. – Porto Alegre: EDIPUCRS.
MAINARDES, E. W.; ALVES, H.; & RAPOSO, M. (2011). Stakeholder theory: issues to resolve. Management Decision, 49(2), 226-252.
MARCONDES, A. W.; BACARJI, C. D (2010). ISE: sustentabilidade no mercado de capitais. 1. ed. – São Paulo: Report.
MARCONI, M. A.; & LAKATOS, E. M. (2001) Metodologia do trabalho científico. 6. ed. São Paulo: Atlas.
MATOS, M.; & GÓIS, C. (2013). Características do conselho de administração e divulgação de responsabilidade social corporativa - estudo das empresas na bolsa de valores de Lisboa. Revista de Gestão, Finanças e Contabilidade, 3(2), 3-23.
MITCHELL, R; AGLE, B; WOOD, D. (1997). Toward a theory of stakeholder identification and salience: defining the principle of who and what really counts. Academy Of Management Review, 22, 853-886.
MOTA, M; MAZZA, A; & OLIVEIRA, F. (2013). Uma análise dos relatórios de sustentabilidade no Âmbito ambiental do Brasil: sustentabilidade ou camuflagem? BASE - Revista de Administração e Contabilidade da Unisinos, 10, 69-80.
OLIVEIRA, M. A. S.; CAMPOS, L. M. S.; SEHNEM, S., & ROSSETTO, A. M. (2014). Relatórios de sustentabilidade segundo a Global Reporting Initiative (GRI): uma análise de correspondências entre os setores econômicos brasileiros. Production, 24(2), 392-404.
ORTS, E. W.; & STRUDLER, A. (2009). Putting a stake in stakeholder theory. Journal of Business Ethics, 88, 605-615.
ROSENSTEIN, S.; & WYATT, J. G., (1990). Outside Directors, Board Independence, and Shareholder Wealth. Journal of Financial Economics, 26, 175-192.
SABBATINI, J.F. (2016). Ética, Gestão de Imagem e Contemporaneidade. p. 63-78. In: FARIAS, L. A.; LOPES, V. S. C. (Org). Comunicação, governança e organizações. Dados Eletrônicos. – Porto Alegre: EDIPUCRS, 90p.
SAMPIERI, R. H.; COLLADO, C. F.; & LUCIO, M. P. (2016). Métodos de Pesquisa. 5. Porto Alegre: Penso.
SCHALTEGGER, S.; BURRITT, R.L. (2010). Sustainability accounting for companies: Catchphrase or decision support for business leaders? Journal of World Business, 45, 375-384.
SILVA, E. C. (2006). Governança corporativa nas empresas: guia prático de orientação para acionistas e conselho de administração. São Paulo: Atlas.
SILVEIRA, A. D. M. (2002) Governança corporativa, desempenho e valor da empresa no Brasil. 2002. Dissertação (Mestrado em Administração) – Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade de São Paulo, São Paulo.
_____, A. D. M; BARROS, A.B. C; FAMí, R. (2003). Estrutura de governança e valor das companhias abertas brasileiras. Revista de Administração de Empresas. FGV. RAE, vol. 43(3).
WALLS, J. L; BERRONE, P.; PHAN, P. H. (2012). Corporate governance and environmental performance: Is there really a link? Strategic Management Journal, 33, 885–913.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
- O(s) autor(es) autoriza(m) a publicação do artigo na revista;
- O(s) autor(es) garante(m) que a contribuição é original e inédita e que não está em processo de avaliação em outra(s) revista(s);
- A revista não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es);
- É reservado aos editores o direito de proceder ajustes textuais e de adequação do artigos às normas da publicação
- Os Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal), já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).