CLAMIDIOSE AVIÁRIA: PRINCIPAIS MÉTODOS DIAGNÓSTICOS UTILIZADOS NA DETECÇÃO DA DOENÇA

Autores

  • Bruna Rameth Gomes
  • Márcia Cristina Menão

Palavras-chave:

aves, chlamydophila psittaci, clamidiose, diagnóstico, imunofluorescência, PCR

Resumo

A clamidiose também conhecida como ornitose, psitacose ou febre dos papagaios é uma doença infecciosa causada por uma bactéria gram-negativa intracelular obrigatória denominada Chlamydophila psittaci, que acomete principalmente as aves. Devido ao aumento da comercialização de aves domésticas e a criação destas como animais de estimação, a doença tornou-se uma das mais importantes zoonoses de origem aviária. Por essas razões o rápido diagnóstico e o correto tratamento são essenciais para o controle e prevenção da doença, contribuindo para diversos campos como a economia e a saúde pública.  A principal forma de transmissão é através da inalação das bactérias aerossolizadas a partir de fezes secas, urina ou secreções do trato respiratório de animais infectados ou portadores assintomáticos. As principais manifestações clí­nicas em aves são depressão, sonolência, anorexia, asas pendentes, desidratação, conjuntivite, tremores, dispneia, diarréia, desidratação e morte. Na espécie humana observa-se febre, cefaléia, arrepio, perda de apetite, cansaço, náuseas, emese, dores torácicas, sudorese excessiva, acessos de tosse, hemorragia nasal e morte. Desenvolvimento: Os dois diagnósticos mais especí­ficos e sensí­veis são a imunofluorescência e a reação em cadeia da polimerase (PCR). A imunofluorescência se baseia na ligação antí­geno-anticorpo através do uso de diferentes marcadores (ex: fluorocromos) para o antí­geno ou para o anticorpo e a PCR baseia-se na amplificação maciça da sequência de material genético, ou seja, detecta sequências de ácidos nucleicos presentes, mesmo que em poucas quantidades nas lesões. Na imunofluorescência podem ocorrer falsos positivos devido a reações cruzadas com outros agentes, já falsos negativos ocorrem quando aves apresentam infecção aguda e as amostras são coletadas na fase inicial, na eliminação intermitente em animais jovens ou imunossuprimidos ou quando a quantidade de antí­genos na amostra não é suficiente. Já a PCR é considerada o método de maior sensibilidade e especificidade para detecção da bactéria, mas pode levar a um resultado falso-negativo devido à excreção intermitente do agente. Como tratamento eletivo faz-se uso de tetraciclinas, sendo a doxiciclina a principal utilizada. O uso do antibiótico doxicicilina, que é bacteriostático de amplo espectro, é recomendado durante 30-45 dias, na dose de 25-50mg kg, via oral a cada 24 horas. Considerações finais: Um dos aspectos principais para evitar a propagação da clamidiose é o correto diagnóstico. Dentre os diversos tipos, a PCR é o teste mais sensí­vel e especí­fico, contribuindo para uma avaliação fidedigna da clamidiose.  Entretanto, notabiliza-se o negligenciamento destes tipos de diagnósticos, pois são considerados laboriosos e estimados como custosos. Desta forma, fica evidente que a ausência de interesse no diagnóstico preciso pode ocasionar um tratamento inadequado com a disseminação da doença e sérias conseqüências para animais e seres humanos.

Biografia do Autor

Bruna Rameth Gomes

Clí­nica Veterinária Paulistano – São Paulo

Márcia Cristina Menão

Docente do Programa de Mestrado em Saúde Ambiental - Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas

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